quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Enquanto isso, na capital federal...

Recebi há pouco mais uma fantástica colaboração de um amigo querido.

Vejam, na imagem, a "preciosidade" que ele achou num folheto da empresa Mar de Brasília (huuummm...), distribuído no balcão de turismo da Praça dos Três Poderes.

Sucinto, ele diz: "Mar agitado esse..."

Tremenda batatada!

Este presentinho por blog foi enviado ontem por uma amiga jornalista, que o encontrou no jornal Destak.

Como ela define, a "batatada" (delicioso termo do qual eu andava esquecida) está em matéria do assassinato de uma estudante por um colega de turma:

"Ele confessou ter matado a vítima na frente da esposa e de seu advogado, rodando depois com o corpo no porta-malas do carro por mais de dez horas."

Juro que não entendi nada, assim como a minha amiga, que pergunta:

"Quem é mais culpado aí? A mulher e o advogado, que, transformados em cúmplices do crime, teriam assistido a tudo sem fazer nada, ou o autor desse texto lamentável?"

Difícil, viu?

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Besteira além da conta

Meu atento amigo jornalista descobriu que a gracinha do Facebook adora seguir uma moda, sem se preocupar em verificar se ela é apenas mais uma invencionice da República Federativa do Bobajal.

Foi assim, certamente, que deixou de usar o correto "(Fulano) comentou o post tal" para usar o errado — e ridículo — "comentar SOBRE".
Queria muito saber de onde surgiu essa praga de "discutir SOBRE", "comentar SOBRE" e tantos outros maus usos da preposição.

Desconfio que veio do mesmo lugar em que se decidiu que "causa" é démodé e "conta" é mais chique.

Quando tiver um tempo livre, vou me debruçar sobre a causa dessas idiotices. Agora, sigo pra caminha pensando num "Rebelde sem conta" (vou sonhar — e rir — com James Dean).

Frase sem sujeito (e sem sentido)

Esta chegou da Austrália, onde vive um querido casal de primos, mas saiu no brasileiro Lancenet:

"O nome Lasmar é algo forte na medicina esportiva. E são nas mãos do pai Neylor e do filho Rodrigo que Ronaldinho Gaúcho tentará surpreender a todos e se recuperar da lesão muscular no adutor da coxa esquerda."

"SÃO" nas mãos?!?!?

Fiquei preocupada com o jogador, que já passou pelo meu time.

Se os citados médicos forem "bons" de bisturi como o repórter no Português, ele corre sério risco...

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Tremenda perda de tempo

Vai mal a relação dos jornalistas com o tempo.

Meu atento amigo, que não perde uma, pescou hoje duas de lascar.

A primeira no Globo, que diz:

"O enterro da jovem terminou às 13h, no Cemitério (Tal). A cerimônia reuniu cerca de 30 pessoas, entre amigos da escola e a jovem que estaria em companhia dela no sábado, uma vez que (Fulana) disse que iria para a casa dela. A jovem não quis falar com a imprensa."

Como se não bastasse tanta informação "relevante" e "bem escrita", agora mais essa: o horário do fim do enterro!

Vai concorrer com as mortes "durante" capotamentos, os ferimentos que ocorrem "após" as pessoas receberem tiros... e por aí vamos.

Pensa que é só? Pois tem essa aí no online:

"Marquise desaba, mata um e fere seis em Madureira
Bombeiros chegaram ao local do acidente por volta das 20h30m"

Com razão, meu amigo chamou essa coisa de encheção de linguiça: "Pra que isso se não se sabe ainda, pelo título, a que horas foi o acidente?"
O que dizer, então, do "preciosismo" de "por volta das"?!?

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

O naufrágio do Português

Os colegas da Agência Brasil precisam tomar mais cuidado com o idioma que representam. Um amigo que é leitor atento do site encontrou duas escorregadas feias por lá.

Um título informa que "(Fulana) abre semana comemorativa aos 40 anos do Laboratório de Produtos Florestais".

Comemorativa "AOS"?!? Alguma implicância pessoal dos redatores e editores com a preposição "de"?

O outro ficou até engraçado:

"Brasil poderá regulamentar atividades em navios de cruzeiros".

Bem-humorado, meu amigo pergunta: "Que tal uns navios de dólares ou de reais?"

Afinal, os cruzeiros afundaram faz tempo — e também, ao que parece, as lições de singular e plural.

De volta, aos pouquinhos

Estou chegando devagarinho, "aterrissando" aos pouquinhos.

Hoje, o jornal homônimo me deu uma "acordada", ao me sair, em texto que complementava a fala da locutora, com uma crase em "tanto quanto À (qualquer coisa)". Não resisto. E vou tentar explicar.

O "quanto" pede crase (antes do feminino) quando tem sentido de "em relação" a isso ou aquilo. Exemplo: "Quanto à Educação, o prefeito disse que... Já quanto à Saúde, explicou que...".

Experimente o masculino plural: "Quanto aos projetos que não saem do papel...". Tem artigo e tem preposição.

O mesmo não ocorre em "tanto ela quanto ele", "tanto a casa quanto o apartamento" etc.

Deu pra sentir a diferença?

Falando em diferença, descobri, em vários telejornais argentinos, que tanto lá quanto cá as vítimas são perigosíssimas e incansáveis: matam em série, sem parar. Todo dia tinha notícia sobre as "vítimas fatais"!