terça-feira, 30 de julho de 2019

Confie 'em' mim — e confie 'a' mim

O "primor" foi encontrado pela assídua colaboradora na matéria de capa da Folha Ilustrada de hoje (continuo na segunda-feira, dia 29, até dormir, OK?).

Acho que a pessoa queria dizer algo como:

"(...) se tivessem CONFIADO A MIM A divisão (...)".

Ou, forçando um pouco a barra, "(...) se tivessem CONFIADO NA minha capacidade de organização para fazer a divisão dos bens entre as partes (...)".

Se o discurso do entrevistado não prima pela clareza, cabe ao jornalista CONFIAR NO seu bom senso e dar sentido à ideia.

Ou tascar um "sic" e deixar claro que fez questão de manter a incoerência — e que sabe escrever, obviamente.

domingo, 28 de julho de 2019

Nem Mefistófeles merece

Faz uma semana que a assídua colaboradora me enviou vários trechos do programa de "Fausto", ópera com a qual o Municipal do Rio festejou seus 110 anos.

Em homenagem à grande Ruth de Souza, primeira atriz negra a pisar no palco daquele teatro, decidi reunir forças e tentar montar o quebra-cabeça.

Infelizmente, não cabe tudo numa só imagem e numa única nota.

É muito tatibitate!

E muito erro — de concordância, de acentuação, de regência, de pontuação...

Dizer que alguém que dá adeus à vida "resolveu colocar (!) um fim nela (!)" é forte, viu? E no pior dos sentidos, pois mata qualquer emoção possível.

Ninguém merece um texto infantiloide e mal escrito desses.

Goethe, Gounot e os libretistas Jules Barbier e Michel Carré devem estar revirando nas tumbas.

Que fricção é essa, livreiros?

O atento amigo e eu sempre tivemos excelente relação com livreiros (e com sebos, livrarias e que tais).

Eles costumam (ou costumavam) ser pessoas afinadas com o produto que vendem e com o gosto dos fregueses fiéis.

Não combina com negócio tão especial o marketinguês castiço da frase:

"Esperamos, com esta iniciativa, diminuir a fricção, aumentar a fluidez, incrementando o número de Compradores e, como sempre, as Vendas ;-)". (sic)

É com este texto — "atrito" certo nos neurônios e zero em "fluidez" — que o site desses profissionais está informando aos clientes que agora tem página no Facebook.

Livreiros, mudem o tom, por favor.

Fricção na cabeça a gente faz com xampu, não com literatura, OK?

sábado, 27 de julho de 2019

Estropia, 'Globo', estropia

Alguém pode explicar (para a assídua colaboradora e para mim) o sentido desse título do Globo?

O jornal está se superando nas regências estropiadas.

Projeto evita Botafogo e vai direto ao Flamengo?!? (estou falando de bairros, tá, pessoal?)

Projeto evita fechar as portas e deixa tudo escancarado?!? (continuo tentando manter o humor...)

Ou "Projeto TAL evita QUE o Botafogo feche as portas em 2020"?

Em vez de citar a agência, que tal informar que bendito projeto é esse?

Assim fica difícil defender o trabalho dos colegas.

sexta-feira, 26 de julho de 2019

Modismos e neologismos

Nem a querida amiga ultracomplacente com o festival de "após" do Jardim Pequeno Jornalista engoliu esse aí, que eu só vi na madrugada.

Deem uma olhada na imagem e tentem me explicar o sentido dessa coisa, por favor.

Também na madrugada, li a mensagem do atento amigo, entalado com a "criatividade" do tal de Datena, segundo o qual a polícia de São Paulo não tem condição de saber até onde o crime está "enraigado" (!?).

Ele (meu amigo) acha que o "bicho" é uma fusão de ARRAIGADO com ENRAIZADO — e nós esperamos que não dê cria.

Aproveito para voltar ao Globo e informar ao pessoal da Gastronomia que, assim como "bistrô", escrito direitinho no título, o verbo PÔR tem acento circunflexo.

A preposição POR, encontrada ali pela assídua colaboradora, não tem vez na frase "sem tirar nem PÔR", OK?

quinta-feira, 25 de julho de 2019

Quem procura acha


Falei de regência estropiada e a assídua colaboradora encontrou várias no Globo, começando com um "absolver em" — e em título.

Em outra matéria — segundo ela, bem apurada, mas muito mal escrita — o destaque é o parágrafo aí da imagem.

Até onde eu sei, JUSTIFICAR é transitivo direto e também pode ser pronominal.

Então, não SE JUSTIFICA a crase — e não SE JUSTIFICA a frase.

A amiga e eu também não entendemos essa "concordância" em "as longas que era culpa", esse "por ter receptado" — e por aí vamos

Se esse pedacinho impressiona, melhor não ler o "conjunto da obra".

Excesso de desleixo

A "gracinha" do Uol Notícias veio de São Paulo — e foi enviada por uma pessoa muito especial.

Pelo visto, os editores do site não se deram ao trabalho de pesquisar o SENTIDO do verbo ATINGIR — muito menos, é claro, sua regência.

No dia em que os colegas de lá ATINGIREM UM grau mínimo de interesse pelo idioma pátrio, a gente conversa.