quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Em terra de cego, quem
tem um óculo é rei...

Tenho uma amiga que diz que eu faço "copidesque oral", porque corrijo as pessoas — claro que só as muito próximas e que me dão essa liberdade — quando elas escorregam no português. Com os óculos, porém, confesso que desisti.

Até atrizes que admiro — caso da Eliane Giardini, dia desses no "Vídeo show" — e, pior, comerciais de óticas insistem em ignorar o plural. E tome de "deixa eu botar meu óculos", "me passa o óculos", "compre um óculos de grau e ganhe um óculos escuro" etc. etc.

O resultado é que quase aplaudo quando ouço alguém falar certo — caso da dupla que apresenta o telejornal "Hoje", em matéria sobre os modelos da estação.

Vale uma olhadinha (com um bom par dos citados apetrechos) no Houaiss, que diz: "(...) a palavra óculos é pluralia tantum, sendo, portanto, erro a discordância de número (um óculos) que se tem vulgarizado no português coloquial do Brasil (formas corretas: uns óculos, meus óculos, um par de óculos)".

Para quem não quer usar os óculos corretamente, talvez por não precisar corrigir a visão nos dois olhos, recomenda-se o monóculo. Fica bem na foto — e no singular. Infelizmente, não há garantias de que o usuário passará a escrever como os dois mestres da literatura de língua portuguesa que ilustram esta nota: os inigualáveis José Saramago e Eça de Queiroz.

2 comentários:

  1. SOU EU!!!!!! :))))) Bjs orgulhosos, Angela

    ResponderExcluir
  2. O pior de tudo é o vernáculo assimilar o erro de tanto que falam errado. Até hoje não engoli o "presidenta" da Dilma. Não me imagino num banco, falando com a minha "Gerenta". Pior do que o brasileiro falar mal a sua língua é o erro ser assimilado, sob a justificativa da dinâmica linguítica. Aff..!
    Marcia

    ResponderExcluir