quinta-feira, 21 de junho de 2012

E o Português, ó...


O ensino do idioma, pelo visto e ouvido por aí, piora mais e mais a cada nova reforma ortográfica. E isso se faz sentir, especialmente, no corte dos acentos, que ajudavam os habitantes da República Federativa do Bobajal a pronunciar corretamente as palavras.

Hoje, no "RJ-TV", o especialista de polícia, um rapaz articulado, me saiu com um "tijôlos quentes", com se o primeiro "o" tivesse um circunflexo. Este plural, no entanto, tem som aberto, ao contrário de "sogros" — cito esta porque jamais esqueço a turma do pôquer do meu pai pegando no pé de um amigo do grupo, que ainda tentou "consertar": "Uso sôgros quando são dos outros e sógros quando são os meus..." Não colou, claro.

Aguardem o carnaval de sons no Bobajal. A farra promete!

4 comentários:

  1. É, Sol, mas tijÔlos já está com a pronúncia consagrada - este não tem volta, não. Essa metafonia vem diretamente de Portugal, mas a primeira perda em terras brasilis foi o Ó aberto dos Antónios, que aqui se transformaram em Antônios. A tendência brasileira é a de manter o tônico nas duas e, tenha a certeza, que não haverá tijolada capaz de recuperar o ó dos tijolos. É como recorde, que virou record, com sotaque britânico. Ou o Kosovo, que é Kósovo desde a guerra dos Balcãs, quando o natural, em português, seria tornar a palavra oxítona.

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    1. Socorro! Por incrível que pareça, foi a primeira tijolada que recebi. rs

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    2. Este comentário foi removido pelo autor.

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    3. PS: o "récord" eu entendo e acho que a falta de senso foi de quem "abrasileirou" a palavra com som diverso do já consagrado. Tenho implicância com essas invencionices, como "purê" e "bufê" em vez de "pirê" e "bifê" (mais próximos do original). Já em "abajur", por exemplo, fizeram a transposição direitinho...

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