segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020

A língua em outro patamar

Um amigo que já não me enviava besteiras jornalísticas há algum tempo hoje mandou o seguinte título doido da Folha:

"Governador (...) elogia operação que matou miliciano e polícia do Rio: 'está em outro patamar'."

Não tem como discutir. 

Definitivamente, está em "outro patamar" uma operação que mata "miliciano e polícia" e ainda merece loas da autoridade estadual, concordam? 

O Estadão não fica atrás.

O tema da matéria é uma produção que a HBO lançou em Sundance — filme e série têm lançamento, mas "lançar investigação" é esquisito, não é, não?

A coisa continua com a regência estropiada "julgamento para o caso" — o julgamento DO caso é outra história — e com "os acontecimentos já se concluíram". Uau!

No trecho que a assídua colaboradora destacou pra mim, as bobagens "não se concluem" aí  (ui!).

Pelo visto, o autor do trem nunca foi apresentado ao pretérito imperfeito do verbo HAVER e não "havia conhecido" uma pessoa que HOUVESSE vencido o que quer seja.

A falta de intimidade com o Português é tanta que "colocaram" uma pulga atrás da orelha de alguém — ficaria um tiquinho menos feio com "pôr" ou "botar".

Como disse o RJ-TV (ou G1 e companhia), em chamada que um colega recebeu no celular, é "shou" (sic). Socorro!

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