quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

O valor da coerência

O problema de a nossa imprensa não cuidar mais do que publica não está apenas nos erros de Português, mas também na falta de clareza e no uso inadequado de alguns vocábulos.

Basta o entrevistado falar qualquer bobagem que o repórter reproduz e o editor não questiona — justamente numa época em que pesquisar ficou tão fácil!

A assídua colaboradora encontrou exemplo disso no Globo online, em matéria sobre o verão infernal do Rio (desculpem o pleonasmo).

Copiar o jargão da meteorologista deu na seguinte tolice:

"Para quem fica no sol, a sensação pode ficar um pouco maior do que esse valor (...)".

É forçar muito a barra usar a palavra "VALOR" pra descrever sensação térmica, não é, não? E o "fica ficar" só confirma a grave crise de preguicite aguda. Custa dar um clique e abrir o verbete?

Um caso de dubiedade é "Botafogo só empata na estreia".

 O título, do Globo impresso, foi enviado pelo atento amigo, que pergunta:

"Se o time só empata na estreia, nas outras partidas deve ganhar ou perder, certo?"

Quem deixou passar essa merece a ironia.

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